30 ANOS DA FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

A tradicional festa do Divino Espírito Santo que acontece todos os anos na Diocese de Caraguatatuba foi celebrada a distância em 2021. Por causa da pandemia, este é o segundo ano que a data não é realizada tradicionalmente como ocorreu ao longo de 28 anos. 

O grande festejo, que costuma reunir centenas de pessoas, desta vez teve público reduzido e uma programação diferenciada para a comemoração dos seus 30 anos.  “Foram quatro eventos, o levantamento do mastro, carreata e o encerramento das festividades com a Live rememorando toda essa nossa história. Também estamos promovendo a Ação dos Devotos do Divino pela Loteria Federal”, explica o pároco, Padre Vladimir Coelho. 

Durante as celebrações, os protocolos sanitários foram respeitados. Os festeiros que participaram do levantamento do mastro, por exemplo, precisaram usar máscaras e mantiveram o distanciamento social de pelo menos um metro e meio. A programação da festividade começou na sexta-feira, 14 de maio, com a novena do Divino e foi encerrada no domingo, 23, dia de Pentecostes, com uma belíssima carreata.

Sem a possibilidade de aglomerações neste ano, a expectativa para o próximo é enorme, segundo o sacerdote. “Em 2022, esperamos retomar a alegria dos encontros e celebrações que estarão sob a responsabilidade do casal festeiro presidente da festa, Marcos e Jaqueline”, destaca o pároco. Também foram escolhidos o casal Imperador, Roberto e Iolanda, e o casal Capitão do Mastro, Victor e Dorilucy. “Agora, nos cabe a certeza de que o Divino Espírito Santo, na sua grandeza, vai preparar os caminhos”, completa.

30 anos de adoração ao Espírito Santo 

A comemoração da festa do Divino, que é o padroeiro da Diocese, é realizada tradicionalmente no domingo de Pentecostes. A primeira aconteceu em 1992. Para o Padre Vladimir Coelho são 30 anos de história que reúnem sonho, muito trabalho, dedicação e adoração ao Espírito Santo.

A festa litúrgica, sempre tingida da cor vermelha, expressa a devoção ao Divino através das orações e cantorias, entrelaçando a cultura e a religiosidade popular. A partilha dos alimentos e a reunião de pessoas ao redor da mesa e do altar, fez com que cada um, dos trinta anos seguintes, fosse de congraçamento e alegria, de muito trabalho, de tensões e muitas histórias.

Uma das primeiras festeiras, a funcionária da Curia Diocesana, Selma Neder, relembra que tudo começou em 1988, com a chegada dos padres redentoristas para uma ação missionária e pastoral na cidade. À época a comunidade se organizou e foi em busca de um local onde pudesse ser erigida uma igreja, no bairro do Indaiá. 

“Terminando esse trabalho de evangelização, o padre Miguel, pároco da Paróquia Santo Antônio na época, montou um conselho de assuntos econômicos, que ficou responsável para encontrar esse local”, recorda.

De acordo com o Padre Vladimir foi só depois de encontrar o espaço e em meio a tantas sugestões, que a comunidade reunida escolheu o Divino Espírito Santo como padroeiro. “Era o ‘Padroeiro dos padroeiros’. Com o esforço de muitos, em 1992 aconteceu a primeira festa do Divino”, acrescenta. 

Selma lembra que a comunidade começou a fazer bolos e doces para arrecadar fundos para a construção de um galpão que seria o primeiro palco das celebrações. “Então, tendo já o terreno nós fomos passar a escritura no dia 14 de junho de 1992 na prefeitura”, conta. 

“Quantas histórias e quantas pessoas deixaram, e ainda deixam suas marcas nestas festas que acabaram por se transformar em uma das mais tradicionais e movimentadas da cidade de Caraguatatuba”, enfatiza o sacerdote. 

Os protagonistas da festa: os festeiros 

Na primeira festa do Divino algumas pessoas foram protagonistas. Entre elas, estava o casal Luiz e Angélica que nunca mais deixaram de celebrar a data. “Ficamos felizes em poder acompanhar a história desde o seu início, desde a primeira festa. Termos podido ajudar e participar de tantos momentos, das procissões e a decorar o altar e andor por tantos anos. Agradeço ao Divino Espírito Santo”, comemoram. 

Outro diocesano e pioneiro importante dessa história é o senhor Manoel Rodrigues, que já foi Capitão do Mastro, em 2016. “Desejo aos novos festeiros muita força, paz e união”. O Bispo Dom José Carlos Chacorowski enalteceu a importância de ter prevalecido a devoção dessas primeiras famílias que marcaram de forma tão significativa essa história de 30 anos.

Nesses trinta anos, centenas de pessoas deram seu suor e seu tempo por amor e por devoção. Começando pelo Pe. Miguel Rosseto que um dia sonhou com esse projeto de evangelização. Passaram ainda Pe. Nino Carta, Pe. Elmiran dos Santos, Pe. Antônio Messias, Pe. Dislau Sciukot, Pe. Alessandro Henrique Coelho, Pe. André Ouriques até chegar ao Pe. Vladimir Coelho. 

“Agora, o Divino pede a mim, este compromisso. E com certeza, já provou a minha fé ao chegar á Catedral junto com a pandemia. Este ano, quando antes mesmo de encerrar a novena litúrgica, me colocou num leito de hospital para que pudesse compreender que a comunidade é forte e que o Divino nos envolve com seu amor” diz emocionado.

O Padre Elmiran Ferreira Santos parabeniza a comunidade que celebra os 30 anos da festa do Divino Espírito Santo. “Fico feliz em ter feito parte dessa história. Quantas experiências e tantas aventuras. Fico relembrando as Alvoradas, as Cavalgadas, os leitões, a famosa tortinha do padre, e a comunidade sempre orante. Faço memória de muitos colaboradores como Laje e Geni, Farias e Denise, Maria e Idazil, Cecília e tantos outros que se dedicaram. Foi aí que iniciei meu sacerdócio, momento em que também a comunidade me ajudou muito”, lembra. 

 

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