“Eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28,20) Essas palavras de Jesus, dirigidas aos discípulos, dão-nos a certeza de que não estamos sozinhos diante dos problemas, desilusões. Sofrimentos, crises, pandemia, etc. Jesus caminha conosco.
Em março de 2020 a tal da Covid-19 chega com força ao nosso país. Aquilo que víamos nos telejornais e que por muito tempo nos parecia distante chegou até nós com toda força. Em questão de meses vimos subir o número de infectados e o número de mortos. Medidas de enfretamento a esse vírus foram tomadas entre elas o afastamento social, a utilização de máscaras até chegar ao ponto de fechar por completo escolas, comércio e até mesmo as igrejas. Talvez nessa hora pela por nossa fraqueza podíamos nos perguntar: Será que Jesus se esqueceu de nós?
No dia da Solenidade da Anunciação do Senhor encontramos a seguinte afirmação: “Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel, 8,10porque Deus está conosco”(Is 8,10) Jesus não se esqueceu de nós, ao contrário, Ele se fez presente na nossa história enquanto um homem histórico, porém sendo Deus, continua se fazer presente na nossa história. Nossas dores, nossos sofrimentos são as dores e os sofrimentos de Cristo. Jesus não está alheio a absolutamente nada do que vivemos.
Mas, como sentir mais de perto a presença de Jesus, ainda mais quando vivemos a Semana Santa, semana maior de nossa fé e que pelo segundo ano seguido nossas igrejas ficaram fechadas? É mais uma oportunidade para que nossas casas se tornem igrejas domésticas, espaços de oração, de meditação, de interiorização da Palavra de Deus, de olharmos para o crucifixo e de perceber que Cristo continua hoje sendo humilhado, violentado e morto principalmente nos mais pobres e excluídos de nossa sociedade. E ao mesmo tempo, oportunizar em nós e em nossos lares a esperança que a Ressurreição nos traz, que mesmo em meio a toda essa situação, em meio a toda essa pandemia Cristo vive. Por isso coloquemos confiantes a nossa vida e o nosso coração nas mãos de Jesus e assim podermos dizer: Ele está no meio de nós.
Diácono Paulo Alexandre Gomes