Vocação pode-se dizer que é aquela situação que nos orienta para a felicidade. Ela aponta a melhor direção possível para o nosso pleno desenvolvimento. É preciso conhecê-la e observar para que direção ela está nos motivando a seguir. Digamos que a vocação só existe entre duas pessoas. A pessoa que chama e a pessoa que é chamada. Aquela que chama tem o poder em suas mãos de nos oferecer tudo o que é necessário para a realização da missão. Aquela que é chamada sente a necessidade de buscar auxílio, pois sente diante de si muitas possibilidades que geram incertezas, dúvidas e mesmo angústia. Aquela que chama oferece o melhor. Aquela que é chamada precisa abrir seu coração e acolher com disponibilidade e alegria. Então a vocação acontece e torna-se uma realidade de desenvolvimento harmonioso da pessoa. Em nosso caso Aquele que chama é Deus, e aqueles que são chamados somos nós, eu, você. Seria possível que Deus ofereceria através de chamado um caminho que não fosse o melhor? Se Ele nos chama por força de seu amor, então o que nos propõe sem dúvida será o melhor caminho. Mesmo que seja ainda desconhecido o caminho por nós, Deus na sua infinita sabedoria e previdência vai nos dando pistas muito sutis, porém muito delicadas e carinhosas. Se somos objeto de um amor assim tão especial, devemos levar a sério este chamado. Nossa vocação a santidade vem se manifestando desde nossa concepção. Com o dom da vida vem todos os outros dons necessários para que nossa vida seja a mais feliz possível. Na prática vamos nos sentindo chamados aos mais variados estilos de vida. Os domingos do mês de agosto destacam cada um deles. Escrevo estas palavras no dia em que a Igreja lembra a Assunção de Maria ao céu. Maria a vocacionada por Deus para nos gerar como Igreja santa e servidora.
Vamos acolher como Maria o chamado de Deus.
Ouvindo os apelos diários que nos envia.
Convocando-nos para continuar sua obra criadora.
Amor é o princípio de tudo.
Caminhando com disponibilidade e confiança.
Abertos a todos os sinais que vão confirmando dia-a-dia o chamado.
Obtendo do coração amoroso do Pai tudo o que necessitamos.
Boa leitura e muita paz no seu coração.
Fraternalmente.
Dom José Carlos Chacorowski CM
Bispo Diocesano de Caraguatatuba.
Julho de 2022
Foram tempos de denso significado em nossa caminhada de fé. Quaresma, Páscoa, Pentecostes. Foram eventos vividos presencialmente, pelos apóstolos e pela primeira comunidade dos discípulos de Jesus. Porém a dinâmica do Cristo Ressuscitado mudou tudo. Mudou a perspectiva de entendimento da vida e do mundo. Quando Jesus declarou que seria bom voltar ao Pai, porque em sequência enviaria o Dom do Espírito Santo, provocou uma mudança radical na vida de seus seguidores. A presença desta força do Alto que é o Divino Espírito Santo acompanhando uma promessa de que Nosso Senhor permaneceria entre nós até o fim dos tempos, quando acolhida, aceita pela fé, fez daquele pequeno grupo de medrosos e frustrados em seus projetos pessoais, os mais audaciosos testemunhas do Ressuscitado. Pois é; e agora amiga leitora, amigo leitor, como ficamos nós hoje diante dessa realidade? Se os apóstolos conheceram o Cristo vivo no corpo mortal, nós ao contrário devemos conhecê-lo vivo como ressuscitado. Vivamos também na mesma dinâmica da fé que nos capacitará a ser no mundo em que vivemos os atuais e necessários testemunhas do Redentor de que tanto nossos dias necessitam. Mesmo se as cores do mundo ao nosso redor insistem em ser deprimentes em função da pandemia e das guerras.
O Divino Espírito Santo é dom, não é imposição. É sabedoria, não burrice. É entendimento, não discussão. É conselho, não palpite furado. É conhecimento, não ignorância. É fortaleza, não fraqueza. É temor de Deus, não idolatria e nem medo. É ciência, não fantasia. É piedade, não bajulação. É missão, não obrigação. É suavidade, não peso. É alegria, não tristeza. É comunhão, não isolamento. É liberdade, não constrangimento. É perdão, não condenação.
Todos os dons do Espírito conduzem ao serviço. Maria assim que ficou cheia da Força do Alto, colocou-se a serviço dos outros. Cristo o ungido, cheio do Espírito do Pai, levou uma vida de inteiro serviço. Ser discípulo missionário de Nosso Senhor é levar uma vida de intenso serviço a Deus e ao próximo.
Desejo a todos os nossos leitores muitas alegrias e as bênçãos de Deus como fruto de uma vida de serviço à Igreja e aos irmãos.
Boa leitura e muita paz no seu coração.
Fraternalmente.
Dom José Carlos Chacorowski CM
Bispo Diocesano de Caraguatatuba.