Falar de Maria não é fácil, pois de tão simples que ela foi e é, nos foge à capacidade de compreender sua vida e missão. Hoje mais do que falar de Maria gostaria de contemplá-la em uma cena muito especial, neste momento em que vivemos como mundo, um momento de dor e sofrimento, desejo contemplar o “encontro de Maria com Jesus em sua via crucis”.
Contemplamos o encontro de Jesus flagelado, carregando sua cruz rumo ao calvário com sua mãe Maria, encontro cheio de dor e lagrimas, um encontro silencioso, mas que grita aos nossos corações feridos. É o encontro de uma mãe com seu amado filho. Quantas lembranças devem vir à sua mente: Quando carregava seu filhinho no colo; quando ele a chamou de mãe pela primeira vez; quando deu seus primeiros passos; quando o viu sair de casa para cumprir a Vontade do Pai.
Agora ela o vê ferido, sangrando, desfigurado; seu filho: “o mais belo dos homens” (sl.45), quase irreconhecível. O coração da mãe se parte, sangra, ela deseja cuidar das feridas de seu filho, como fazia quando ele era criança, mas não, Maria sente, ela percebe que Jesus não é mais só o seu filhinho amado, mas que seu sacrifício libertará a humanidade de seus pecados e Maria se une a seu filho tão querido que se torna o Senhor das dores e ela que sempre esteve com Ele assume seu lugar de a Senhora das dores. Sim “a senhora das dores” e assim como ela não abandonou seu filho, mas o acompanhou até a cruz, ela acompanha hoje cada um de seus filhos e filhas que se confiam a ela em suas dores, seus flagelos e feridas, causados pela morte de entes queridos contaminados com a covid-19; feridos pela solidão, a depressão, o medo, a síndrome do pânico, a fome e a miséria. Maria segura em seus braços cada um de seus filhos e filhas e nos diz: “Meu filho, nada te aflija. Não estou eu aqui que sou a tua Mãe?”
Acreditemos e confiemos nossas dores à ela: “a senhora das dores”, pois ela nos conduzirá ao seu Filho Jesus que nos diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. (Mateus 11:28-30). Confiemos à Maria toda a nossa vida, pois ela é mãe e nunca nos abandona.
Por Ir. Rosimar Rodrigues Martins
(Serva de santa Teresa do Menino Jesus)