No último domingo (07), a cidade de São Sebastião foi palco do Grito dos Excluídos 2025, uma iniciativa da Igreja Católica no Brasil que, desde 1995, acontece no dia 7 de setembro ou na semana seguinte, sempre questionando a verdadeira dimensão da independência no País.
Há 31 anos, o movimento, também conhecido como Grito das Oprimidas e Oprimidos, levanta a reflexão: “A Independência tão cantada no Sete de Setembro se estende a todos os brasileiros?”
A realidade mostra que ainda há muito a ser feito. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, 100 milhões de brasileiros vivem sem rede de esgoto, e 35 milhões não têm acesso à água potável, mesmo o Brasil possuindo a maior reserva de água doce do planeta. Relatório da ONU aponta que 21 milhões de pessoas não têm o que comer diariamente, e 70 milhões estão em situação de insegurança alimentar.
O Grito quer chamar atenção para essa realidade e reafirma que lutar por mudança é uma responsabilidade coletiva. O movimento, além de ser uma ação da Igreja, é também ecumênico e plural, reunindo movimentos sociais, sindicatos, entidades de defesa dos direitos humanos e a população em geral.
Programação em São Sebastião
O encontro teve início na manhã do dia 07 de setembro, com a Santa Missa de envio na Paróquia São Sebastião, que contou com a presença e participação de pessoas em situação de rua no ofertório. Após a celebração, foi servido um café da manhã solidário, custeado por um sindicato local, especialmente voltado para a população em situação de rua.
Em seguida, os participantes seguiram em caminhada pela Rua da Praia, levando cartazes confeccionados no dia anterior. A atividade contou com a presença da Pastoral do Povo de Rua, da Pastoral da Mulher Marginalizada, das Irmãs do Bom Pastor e do diácono Ari, que esteve presente em sinal de apoio e comunhão.
Plebiscito Popular
Neste ano de 2025, o Grito também marcou o encerramento do Plebiscito Popular, que consultou a população sobre duas questões centrais:
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O fim da escala de trabalho 6×1, sem redução salarial.
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A taxação mais justa de grandes fortunas, acima de 50 mil reais mensais, para compensar a isenção de quem ganha até 5 mil reais.
Um chamado à esperança
O tema de 2025 foi: “Vida em primeiro lugar: cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia.”
A Diocese de Caraguatatuba, junto aos movimentos sociais e pastorais, reafirma o compromisso de continuar colocando o “tijolo da justiça e da paz” na construção de um Brasil mais justo e fraterno, em que todos possam ter vida em abundância.