Estamos chegando a mais uma temporada de Verão e, com isso, nosso litoral torna-se um dos principais destinos de moradores da Capital, do interior de nosso estado e de todo Brasil, bem como de turistas de outros países.

Sou suspeito para falar, mas temos o litoral mais belo do país, as mais lindas praias concentradas na cidade de Ubatuba e nas demais cidades do Litoral Norte. Neste período de temporada, triplicamos a população do litoral, chegando a quase um milhão e meio de pessoas circulando pelas nossas cidades de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba, buscando desfrutar das belezas naturais com as quais Deus nos presenteou.

A temporada altera também a vida de nossas comunidades paroquiais, pois recebemos  também em nossas paróquias nossos irmãos que, ao visitar o Litoral, buscam nossas Igrejas para viverem a fé. Gosto sempre de distinguir o turista do visitante na vida de nossas comunidades. O turista é sempre alguém que busca conhecer um lugar e está apenas de passagem. Já o visitante na comunidade, mesmo sendo um turista na cidade, é alguém que vive a fé em sua comunidade e, estando neste momento de descanso, não se esquece da importância de estar em sintonia com Deus e busca celebrar a fé que ele já vive em sua comunidade, junto à nossa.

Notamos que chegou a temporada, pois começam a surgir rostos diferentes em nossas comunidades. Mas vêm também aqueles que vimos no ano anterior e que agora novamente, vêm buscar reabastecer suas energias e celebrar conosco a fé. Nossos visitantes, prefiro chamá-los assim, acabam fazendo parte da família de nossas paróquias. Mesmo após alguns meses ou até um ano sem vê-los, eles chegam e voltam a fazer parte de nossa comunidade, participando da liturgia, alguns da música, bem como colaborando na partilha de recursos importantes nas necessidades estruturais.

Notamos uma “troca de favores” nesse momento, pois os membros atuantes de nossas paróquias na maioria das vezes ficam um tanto afastados. É nesse período de temporada e forte comércio, que muitos de nossos paroquianos buscam empenhar-se em seus trabalhos, uma vez que a temporada é o momento certo para garimparmos nosso “petróleo”, nosso diamante, com o nosso empenho a cada dia. Desta forma, quando nosso povo “some”, chegam nossos visitantes que acabam não deixando “o padre falando sozinho”, e se tornam nossas ovelhas que voltam para o aprisco, ou que apenas estão em uma pastagem mais arejada.

Na prática os visitantes que vêm para litoral são parte de nossa família, pois acompanham, mesmo que de longe, a vida de nossas paróquias e chegam sempre atualizados sobre os fatos ocorridos na vida paroquial, colocando-se à disposição para o que precisarmos. Um bonito testemunho da participação de nossos turistas visitantes são as ações solidárias desenvolvidas em nossa diocese, que têm um grande percentual adquirido por nossos turistas que, vendo as necessidades diocesanas, sempre colaboram com nossas iniciativas. De forma particular cada padre de nossa diocese poderia citar diversos turistas, famílias que não moram em nosso litoral, mas que são sensíveis às nossas realidades paroquiais, colaborando economicamente de forma concreta com muitas necessidades de nossas capelas e matrizes paroquiais.

Deus seja louvado pelo dinamismo que a temporada trás para nosso litoral, de forma especial para nossa Igreja Particular de Caraguatatuba. Tempo de desafio, pois muitas vezes nossos municípios não estão preparados para receber os turistas, gerando assim alguns transtornos quanto a abastecimento de água, coleta de lixo etc. Porém, apesar desses problemas, louvamos a Deus pelo aquecimento do comércio que gera possibilidade de emprego, mesmo que muitas vezes  informal e temporário, mas que traz esperança e alegria ao nosso povo, aos empresários que podem e precisam contratar mais gente, e também para a Igreja que está aberta para  acolher nossos irmãos que vêm conosco ser família em torno da Eucaristia.

Deus abençoe este tempo, abençoe nossos irmãos turistas, visitantes vindos de todos os cantos do nosso Brasil e também os que vêm de outras nações.

Welcome, Bienvenido, Benvenuto, Willhommen, ou simplesmente se achegue que a casa é nossa!

Por Pe. Marcelo Ramos Thurmann