10 anos de ordenação episcopal de Dom José Carlos Chacorowski

Assim como aconteceu com os discípulos de Jesus, a vocação de Dom José Carlos Chacorowski nasceu de um chamado de Deus. Algo inevitável para um homem que se sentiu tocado pelo amor do Senhor desde pequeno. 

Missionário da Congregação da Missão (CM), Dom José Carlos como é mais conhecido já teve outras missões ao longo de sua jornada. Mas o mais marcante é seu chamado episcopal, que completou 10 anos em 19 de fevereiro deste ano.  

Antes de se tornar bispo, ele já foi “Zé da estrada” ou ainda padre caminhoneiro, missionário na África, na Amazônia, e teve a honra de ser ordenado sacerdote pelo Santo Padre o Papa João Paulo II, no Rio de Janeiro, em 02 de julho de 1980, histórias de tirar o fôlego e de se emocionar. 

Ainda no Seminário, ele alimentava um sonho de se tornar um missionário na África. E foi exatamente esse o primeiro presente que ele recebeu de Deus na época. Em 1982, pouco depois de sua ordenação sacerdotal, Dom José Carlos foi enviado em missão Ad Gentes para o Zaire, hoje República Democrática do Congo, na África. 

Entre janeiro de 1982 a dezembro de 1987, o então sacerdote foi acometido pela Malária pelo menos três vezes e devido a uma terrível crise da doença no país precisou voltar para o Brasil. Foi justamente nesse período em que ele conseguiu exercer sua maior paixão, que é a vida missionária, servir ao próximo. 

Na África, Dom José Carlos atendeu centenas de fiéis e para isso precisou se reinventar. Nos primeiros meses de adaptação a cultural local, o sacerdote precisou aprender o idioma francês e o dialeto Lingala para conseguir celebrar as missas no país durante os cinco anos que atuou por lá. 

“Fui aberto para conhecer. Não fui para ensinar, mas para aprender o Evangelho e ser cristão na língua deles”, afirma. Para Dom José Carlos, existem muitos valores, respeito e unidade da família naquele povo. 

De acordo com o bispo, foi somente depois de ter as infecções da Malária que seus colegas de missão afirmaram “que ele podia se considerar 100% missionário”, lembra com saudade. Junto com ele, mais dois missionários poloneses e mais o padre Marcio Abalem Vidgal atendiam a população. “Em três meses eu já estava celebrando a Missa em Lingala”, conta. 

“Zé da Estrada”

Quando voltou ao Brasil mais uma missão única e para poucos o aguardava. Depois de se recuperar da doença, ele recebeu um convite para atuar na Pastoral Rodoviária, onde girou por oito anos nas estradas brasileiras, celebrando missas para caminhoneiros. Nesse período ficou conhecido como “Padre Zé da estrada”. 

Com outras habilidades, ele adaptou sozinho o furgão do caminhão em uma bela capela. “Já cheguei a celebrar quatro missas por dia em diferentes postos”, destaca. Dessa maneira, ele se tornou o segundo padre caminhoneiro do país. 

“Era um trabalho cansativo, mas muito satisfatório. Porém a Pastoral só vivia com os subsídios dos restaurantes e dos postos que nos doavam comida e combustível respectivamente e com a generosidade dos próprios caminhoneiros. E ainda acontece isso até hoje com os três padres que atendem os caminhoneiros”, explica. 

A missão não pode parar

Em 1996, depois de atuar quase uma década como padre caminhoneiro, Dom José Carlos recebeu o convite para ser diretor provincial das Filhas da Caridade, da Província de Curitiba, sua terra natal, onde ficou até 2005.  “Deixei a estrada e atuei por nove anos em obras de hospitais, escolas, abrigos, asilos e outras inserções populares”, observa. 

Quando sua gestão estava prestes a se encerrar, a Pastoral Rodoviária fez um novo convite para ele. Mas Dom José Carlos queria ter uma experiência em alguma paróquia. “Fui ordenado padre para servir a Igreja. Então, recebeu um convite do provincial para ser pároco da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Perdões, em Guaraqueçaba, Diocese de Paranaguá”, ressalta. 

Entre 2005 e 2009, o bispo realizou mais um sonho. “A Paróquia era bem pobre, sobrevivia do dízimo, que alcançava R$700 mensalmente”, lembra. Mesmo diante das limitações, terminou uma obra da reforma do telhado da antiga Igreja Matriz e conquistou a comunidade em pouco tempo. Mas em junho de 2009, ele recebe um novo convite. Desta vez, para ser diretor da Província das Filhas da Caridade da Amazônia. Foi quando no ano seguinte, Dom José Carlos recebe uma grata surpresa.

Novos desafios

“Fui nomeado bispo auxiliar de São Luis do Maranhão pelo Papa Bento XVI, em 22 de dezembro de 2010”, celebra. Já sua ordenação foi no dia 19 de fevereiro de 2011, na Paróquia Santo Antônio de Orleans, em Curitiba. 

“A notícia me assustou um pouco, porque seria uma mudança radical de vida. Diferente da vida missionária, a vida de bispo que é mais individual, eu não teria mais a convivência fraterna na Congregação dos Padres Vicentinos (padres lazaristas)”, destaca. 

Desde a posse como bispo na Arquidiocese de São Luis do Maranhão, em 12 de março de 2011, até junho de 2013, Dom José Carlos só ganhou motivos para celebrar. O primeiro deles, porque essa experiência te possibilitou inúmeras oportunidades e nesse período ele recebeu mais uma grata surpresa.

Dom José Carlos foi nomeado bispo da Diocese de Caraguatatuba e tomou posse em 17 de agosto de 2013, onde permanece até os dias atuais. “Nesses oito anos à frente da nossa Diocese que completa 22 anos em 2021, conseguimos alcançar muitas conquistas. Entre elas, a elevação da Paróquia Santo Antônio em Santuário, a criação de quatro novas paróquias e outros projetos que chegam aos poucos como o lançamento de nosso novo site e do aplicativa da Diocese”, comemora.

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